quinta-feira, 10 de junho de 2010

PROVA FINAL 1º SEMESTRE - Ed. Física - Relação entre assuntos abordados e a Arte.

Artista: KAWS
Obra: ORIGINAL FAKE DISSECTED COMPANION


O Artista "Multimidia" KAWS ja a algum tempo flerta com o Grafite e a Pop Art, ele ficou conhecido quando começou a grafitar anuncios de marcas famosas nas ruas de NY, sua marca registrada é uma caveira com X nos olho e ossos cruzados, que ele pintava sobre os rostos de modelos e personagens das campanhas publicitárias, o Grafite por muito tempo foi (e é ainda hoje por algumas pessoas) considerada uma arte marginalizada, e o Pop Art tem como sua principal característica a apropriação de figuras da cultura popular para expressar e provocar novas percepções sobre o mundo em que vivemos.

A arte esta ligada ao Lazer, que CAMARGO definine como,
“o tempo livre de que dispomos fora das nossas atividades de trabalho, de outras ocupações domésticas e das atividades sociais, políticas e religiosas, que nos permite liberdade de escolha, para que possamos nos dedicar a atividade de nossa preferência”. Como no esporte de alto-rendimento os artista que se dedicam mais a arte acabam adquirindo uma tecnica superior aos do que podemos chamar de amadores.

Sobre essa obra de arte podemos relacionar com alguns assuntos abordados em aula durante o semestre. Logo de cara o que nos chama mais a atenção é a forma que o corpo foi abordado pelo artista, dando a idéia da complexidade formulada MORIN, E., o "corpo" da obra esta dividido ao meio, nos remetendo a idéia que uma coisa esta relacionada a outra, podemos ver os músculos, ossos e órgãos internos do personagem o quase que o humanizando e ao mesmo tempo divido a cabeça (seu logo), em crânio, olhos e cérebro, como se fosse parte do artista incorporado a própria arte. A parte interna tem a mesma importância que a externa, só por não estar visível 100% do tempo ele faz parte da unidade complexa do corpo constituindo sua corporeidade.


Podemos também observar a relação de guerra que o artista faz contra a mídia e culturas de massa em geral, nessa escultura em que o corpo de Mickey Mouse, com a cabeça do logo do artista, vemos a vontade do artista sendo imposta sobre o personagem mais famoso de Wall Disney, transformando seu "corpo" em um suporte para sua arte. O Grafite por sua natureza, tem a função de demarcação de território, a estética do Grafite teve seu inicio a partir de campanhas políticas com grande apelo militarista, durante a revolução Russa, Nazismo e Fascismo, as propagandas e convocações tinhas grande qualidade artística com a intenção do maior de aceitação do publico jovem (soldados). HUIZINGA, J. considerado por muito um dos principais autores na area dos jogos, descreve essa relação entre o jogo e a guerra, a imposição da vontade do outro sobre o um, aqui no caso o personagem da Disney teve sua cabeça decepada e fundida a uma "marca" que não a sua original, nos remetendo ao processo de despatriotização imposta ao perdedores das guerras.


As tres dimensões observadas por
DARIDO, S., se mostram presentes também, o Conceitual, o Procedimental e o Atitudinal podem ser lidos na obra como, o conhecimento da anatomia humana, e a cultura pop, as proporções e as cores, podemos notar que mesmo o corpo em seu lado com "pele" nos mostra o personagem em sua fase preto e branco e as parte interna nas cores semelhantes as que seriam as reais. Na parte do fazer a obra, o artista consegue executar de uma forma muito interessante a concepção do corpo, combinado técnicas mistas, uso de material adequado e as proporções áureas, chegando a assim a parte do ser a própria obra de arte, quando que se põe dentro da obra, a cabeça em forma de caveira com ossos cruzados nos lembram a bandeira pirata, o artista se inclui dentro da arte, roubando para si o corpo de personagem. Segundo Suraya Darido “Conhecer o próprio corpo pode ser o principio de todo o conhecimento que alguém pode ter, pois entendemos que conhecer o próprio corpo é conhecer-se a si mesmo”.


A arte e o jogo coexistem desde os primórdios da humanidade, o jogo como apontado por HUIZINGA ja existe anterior a humanidade, pois segundo ele "os animais jogam entre eles, não dependendo da humanidade para os inicia-los no jogo", ja a arte é um dos fatores determinantes para a definição de humanidade, o homem so começou a ser definido como homo sapiens apartir do uso de ferramentas e da arte, a arte pode ser entendida como um jogo onde os homens expõe suas vontades e sentimentos. Segundo
BROTTO, citando SOLER “Ao jogar não apenas representanos simbolicamente a vida, vamos além. Quando jogamos estamos praticando, direta e profundamente, um exercício de co-existência e de re-conexão com a essência da vida”. O artista então exprime toda a sua "bagagem" sócio-histórico-cultural em suas obras, Segundo MAUSS, "O corpo aprende, e é a sociedade específica em que ele vive, em seus diferentes momentos históricos e com sua experiência acumulada, que o ensina”, Na obra Original Fake o artista nos apresenta um pouco da sua personalidade, como o fascinio por caveiras, corpos e pela sociedade de consumo, fazendo ao mesmo tempo uma critica e uma homenagem a complexidade da vida social, onde tudo esta ligado por uma teia de relações sócio-culturais.


“O corpo é uma sintese da cultura, porque expressa elementos específicos da sociedade da qual faz parte. O homem, por meio do corpo, vai assimilando e se apropriando de valores, normas e costumes sociais, num processo de incorporação”.como conclui
DAOLIO, com isso o artista não ignora, nem rejeita a cultura pop e sim a incorpora a sua totalidade como forma de protesto, segundo BRACHT, V., "Não podemos simplesmente negar a cultura dominante, e sim permitir que a classe dominada, em dominado a cultura dominante possa reconstrui-la a partir de suas necessidades e interesses."


A Toy Art é um universo relativamente novo na arte contemporânea, um movimento que cresce a cada ano e já existem no mundo várias lojas vendendo series de brinquedos criados por grafiteiro, ilustradores e artistas plásticos. Algumas delas, porém, podem se dedicar a customização de um único personagem ou uma série de personagens. Com essa nova "midia" a arte chega mais perto da pessoa comum, a obra de arte tambem sofre o processo de "coisificação" e da fabricação em massa, transformando o que o artista tanto "pixava" em seu trabalho, jogando com o capitalismo, que BRACHt, V., conclui sobre o esporte de alta-performance mais podemos entender sobre a arte tambem, "...se busca jogar com e não contra o adversario, [...] estaremos na verdade descaracterizando, o esporte burgues, e lançando e criando com bases de um novo esporte, que, por sua vez, somente se consolidara com a criação."

Um Original Fake Dissected Companion de 1,20m (Black Version) custa a bagatela de U$4000, numa edição de 100 peças.

CITAÇÕES

”A forma de o homem lidar com sua corporalidade os regulamentos e o controle do comportamento corporal não são universais e constantes, mas, sim uma construção social, resultante de um processo histórico”.
Gonçalves, Maria Augusta Salim, 2000

“Os jogos cooperativos nasceram milhares de anos atrás, quando membros tribais se reuniam em volta de uma fogueira”
Orlick, 1989

“Se partilharmos da idéia de que a Educação Física é um processo cultural no qual estamos inseridos cotidianamente, temos a certeza, então, de que somos educados por tudo que nos rodeia, da palavra á arquitetura de nossas casas, escolas, prédios onde trabalhamos, ruas e espaços destinados ás práticas corporais, elas mesmas, formas específicas de educação”.
Soares, Carmem Lúcia

“O jogo possui funções, importantes na formação do ser humano”.

“Torna a pessoa mais livre: dentro de um jogo existem infinitas escolhas, permitindo a pessoa que joga estruturar-se frente as dificuldades”.

“Induz a novas experimentações: permite aprender através de erros e acertos. Pois sempre se pode recomeçar um jogo novo”.

“Reforça a convivência: do alto grau de liberdade que o jogo permite, faz com que as relações fiquem mais saudáveis, e dependendo da orientação que o jogo traz, pode modificar o relacionamento interpessoal”.
Soler, Reinaldo - Educação Física Escolar, pg.52, 2003

“O homem moderno cada vez mais se afasta de seu corpo, e quanto mais quieto estiver acredita que não será notado”.
Soler, Reinaldo - Educação Física Escolar, pg.149, 2003

“Exercitar o corpo na ação principal de educação física, com o desenvolvimento de habilidades motoras, qualidades físicas, psiquicas e morais, solicitando força, resistência, velocidade, agilidade, flexibilidade, coordenação ritmo, disciplina, camaradagem, criatividade etc.- e preocupar-se em ensinar como, por que, quando, para que, para que isto ocorre. Ou seja, unir o trabalho físico imediato e progressivo com o ensino metodologicamente organizado dos conteúdos”.
Pereira, Flavio - Dialética da Educação Física, pg.116, 1988

“Conhecer o próprio corpo pode ser o principio de todo o conhecimento que alguém pode ter, pois entendemos que conhecer o próprio corpo é conhecer-se a si mesmo”.
Darido, Suraya/ Rangel, Irene - Educação Física na Escola Implicações para a Prática Pedagógica pg.140, 2005

“Quando nos permitimos ser movidos pela determinação de uma força interior, transformamos os limites de ordem física e vital, ultrapassando-os num projeto exitêncial que vincula o homem a seu mundo. Nessa dimensão, o corpo pode ser comparado a uma obra de arte, na medida em que nos é possível ver presença e contato na experiência artística”.
Brito, Carmem Lucia - Consciência Corporal - Repensando a Ed. física, 1996, pg.15

“A educação do ’físico’ isolado não é possível; e o termo educação física significa educação por meio de experiência que envolvem não apenas atividades e movimentos, mas também componentes emocionais, comportamentais e intelectuais, e a educação moderna são uma parte do processo de educação e deve ser julgado por seu impacto no homem inteiro e não somente em algumas de suas partes. A educação física procura dar assistência a totalidade vital”.
Obertuffer, D Vlr Ich - Princípios da Educação Física 1977, apud, Brito, Carmem Lucia, 1996, pg.149

“Existe um falso pressuposto de que os jogos e brincadeiras infantis só se aplicam a crianças na educação infantil, o que não é verdade, embora alguns cuidados devam ser tomados”.
Darido, Suraya/ Rangel, Irene - Ed. Física na Escola Implicações para a Prática Pedagógica, 2005, pg.140

“Antes de mais nada, o jogo é uma atividade voluntária. Sujeito a ordens, deixa de ser jogo, podendo no máximo ser uma imitacão forçada”.
Huizinga, Johan - Homo Ludens, 1996, pg.10

“Ao jogar não apenas representanos simbolicamente a vida, vamos além. Quando jogamos estamos praticando, direta e profundamente, um exercício de co-existência e de re-conexão com a essência da vida”.
Brotto, 1999, apud Soler, Reinaldo - Educação Física Escolar
, 2003
, pg.49

“O potencial orgânico, que é o mesmo para todos os seres humanos, estaria expressando de maneiras diversas de acordo com as exigências a que esse corpo estaria submetido pela cultura em que vive”
Daolio,
Jocimar
- Cultura - Educação Física e Futebol, 2003, pg.23

“No corpo humano, há uma interação dinâmica tal entre o biológico e o cultural que não é possível encontrar o limite claro entre os dois níveis”.
Daolio, Jocimar - Cultura - Educação Física e Futebol,
2003,
pg.35

“O corpo é uma siíntese da cultura, porque expressa elementos específicos da sociedade da qual faz parte. O homem, por meio do corpo, vai assimilando e se apropriando de valores, mormas e costumes sociais, num processo de incorporação”.
Daolio, Jocimar - Cultura - Educação Física e Futebol,
2003,
pg.67

”O corpo aprende, e é a sociedade específica em que ele vive, em seus diferentes momentos históricos e com sua experiência acumulada, que o ensina”
Mauss, 1974

”Percebe-se a partir dessa visão, que mais do que uma decorrência biológica, a questão cultural é essencial para o desenvolvimento humano, pois os aspectos culturais ultrapassam fronteiras e necessitam ser decifrados como teias de significados que obtêm sentidos próprios.“

“É por meio do mecanismo chamado cultura que o homem adquiriu a capacidade de ser o construtor de sua própria história, desde a utilização de ferramentas, passando pelo convívio social, pela linguagem chegando a outras formas mais complexas de significar o fazer humano”
Geertz, 1989

De acordo com essa idéia, pode-se afirmar que o processo cultural delimita, em grande parte, como as pessoas escolherão suas formas de manifestarem-se nas mais diversas situações, inclusive, em relação às questões ligadas ao seu corpo.
Geertz, C. A. - Interpretação das Culturas, 1989

“Percebe-se um entendimento parecido a esse quando o autor afirma que o homem, por meio do seu corpo, pode assimilar e se apropriar “[...] Dos valores, normas e costumes sociais, num processo de incorporação [...]”. Essa incorporação nada mais é do que o processo pelo qual os seres humanos passam a internalizar em seus corpos os valores sociais que estão contidos na sociedade.”
Daolio, Jocimar - Da Cultura do Corpo, 1995, pg.39


Referencias Bibliográficas.
- Sentir, Pensar, Agir: Corporeidade e Educação - Maria Augusta Salim Gonçalves, 2000
- Jogos Cooperativos nas aulas de Educação Física - Marechal Candido Rondon, Inácio Brandl Neto.
- Corpo prazer e Movimento - Carmem Lúcia Soares, Coletivo de Autores, Sesc São Paulo

terça-feira, 8 de junho de 2010

ESCRITORES DA LIBERDADE

"Sem Justiça, Sem Liberdade"
(frase inicial do filme)

Logo na primeira cena é criticado o estilo de vida norte-americana e seus padrões de beleza e de como isso os latinos e estrangeiros em geral acabam entrando para o mundo das gangs.

Uma professora "iniciante" segundo o ponto de vista da diretoria, entra para dar aula em uma escola conceituada que resolveu adotar um programa para alunos de periferia.

Em sua primeira aula ela percebe que a sua classe em sua maioria não estava muito dispostos a aprender quando no meio da aula é disparado um alarme de incêndio e começa a rolar varias brigas e alunos armados.


Seu pai não gosta muito da ideia dela continuar dando aula nessa escola, mais ela esta convicta.

Na aula seguinte ela resolve mudar sua metodologia, ela apresenta musica RAP para ensinar poesia e muda a disposição dos alunos na sala.

Nessa noite alunos da classe entram em confronto e um amigo de uma aluna acaba dando um tiro em um outro aluno.

Na aula que se segue surge um conflito racial e a professora começa a discutir com a diretora sobre a escola estar alienando os alunos e fazendo crescer o ódio pelos "brancos".

A professora bola um jogo cooperativo em que todos os alunos passam a se conhecer melhor, o jogo acaba com uma homenagem aos amigos dos alunos mortos por guerra de gangs. Ela também propõe uma atividade que é escrever um diário onde os alunos deveriam descrever suas atividades do cotidiano.


Na reunião de pais e mestres, nenhum dos pais comparece mais para sua surpresa todos os alunos começaram os diários e ela começa a ler e a perceber que todos os seus alunos estão mergulhados no mundo do crime.

Como a escola não dava recursos a professora decide arrumar livros e atividades por conta própria. Ela os leva ao Museu do Holocausto, e os oferece um jantar onde eles conversam com sobreviventes do massacre, relacionando o Nazismo as Gangs.

A classe com isso começou a se integrar e a se interessar pelo livro Diario de Anne Frank. Os alunos se mobilizam para trazer a mulher que acolheu Anne Frank, que vem e conversa com eles, os estimulando e alimentando seus sonhos. Isso começa a afetar a vida dos alunos e eles começa agir de forma mais consciente.


O marido da professora que de inicio a apoiava, se cansou com a "falta de tempo" que ela dedicava a ele e termina o relacionamento.

Os alunos ficam sabendo que depois de 2 anos com a professora eles iriam mudar de professor. A principio eles protestam e é passado um trabalho para juntar todos os diários, e montar um livro, o "Escritores da Liberdade", as iniciativas da turma e da professora começam a chamar a atenção do conselho estudantil, que decidem continuar com a professora ate o final do curso.

O que podemos observar é como o professor em geral tem que mudar o sistema de robotização que as instituições de ensino trabalham, modificando a metodologia de ensino "com uma base" para o aumento interesse dos alunos, fazendo uma mudança na vida escolar e pessoal dos alunos, provocando-os a ser mais daquilo que eles realmente podem ser, ao invés da acomodação diária.

"Esse filme foi baseado em fatos verídico e o livro
Diario dos Escritores da Liberdade
foi Realmente Publicado."

terça-feira, 1 de junho de 2010

LAZER

O CONCEITO DE LAZER E SEUS VÁRIOS ESTUDIOSOS

O Conceito de lazer que a principio parece fácil de explicar, mas percebemos que há divergência ate mesmo entre autores e populares.

INTRODUÇÃO
Filho (S.A.), em que diz "os gregos denominavam de ócio o tempo livre, atribuindo-lhe maior valor que a vida de trabalho, principalmente os atenienses”. Para os parâmetros atuais seriam e muitas vezes são tidos como preguiçosos o que é rapidamente derrubado na afirmação de Filho (s.a), a afirma que: "na Grécia clássica, o ideal de sabedoria que se cultivava tinha no ócio sua condição essencial. Havia uma grande significação e exaltação das atividades. Ociosas em contraposição às de trabalho, pelo menos para os atenienses, já que os espartanos eram guerreiros. A cultura agonista espartana pode ser considerada uma cultura laboral. O cotidiano deste povo acontecia fundamentalmente nos ginásios, nas termas, no fórum e em outros lugares de reunião. Havia o culto aos deuses que representava função permanente no tempo, pois se acreditava que a via para atingir a perfeição e a sabedoria passava pela contemplação dos deuses. Cronos é o deus do tempo, daí advindo às palavras cronômetro, cronometragem, cronograma, etc." E continua ressaltando que: "a etimologia da palavra ''ócio'' orienta-se do grego; ócio em grego é skole, em latim schola e em castelhano escuela." (Bacal,1988, apud Filho). Que contradição? Conclui o Filho (s.a),: "podemos ver que a educação significava ócio, pois do ponto de vista semântico, a raiz skole implicava nos atos de parar ou cessar, indicando idéias de repouso ou paz."

E conclui Filho (s.a): “vários autores e o cidadão comum utilizam diferentes termos para se referirem ao tempo livre, nomeadamente: ócio (do latim otiu)” =. vagar, descanso, repouso, preguiça; - ociosidade (do latim otiositate)- o vício de gastar tempo inutilmente, preguiça;- descanso = repouso, sossego, folga, vagar, pausa, apoio, demora"; O que nos remete segundo Wikipédia, a enciclopédia livre"a palavra lazer deriva do latim licere, ou seja, "ser lícito", "ser permitido".

Conceitos de Lazer
Um dos artigos bem mais elaborados foi o de Oleias (2003) que começa conceituado vários trabalhos sobre o tema da seguinte forma: "Os principais trabalhos e conceitos sobre o lazer no Brasil fundamentam-se nas acepções teóricas do sociólogo francês Dumazedier (1976)”.

Conceituando lazer como sendo: "o lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais.”(Dumazedier, 1976, apud Oleias).

Concepção esta que influenciou nas formulações teóricas no Brasil, apesar de ausentar a influencia exercida pelo Estado na prática do lazer e a perspectiva do aumento do tempo livre dos trabalhadores e o considera este conceito como insuficiência teórica no conceito lazer. A este pensamento, Oleias (2003) relaciona um outro pensamento como sendo: "um conjunto de atividades gratuitas, prazerosas, voluntárias e liberatórias, centradas em interesses culturais, físicos, manuais, intelectuais, artísticos e associativos, realizadas num tempo livre roubado ou conquistado historicamente sobre a jornada de trabalho profissional e doméstico e que interferem no desenvolvimento pessoal e social dos indivíduos". (Camargo, 1989, apud Oleias).

Que nada mais é que uma generalização, mas com um ponto importante que merece destaque, é quando:"afirma que o lazer é uma conquista vinculada à jornada de trabalho/tempo livre."
(Camargo, 1989, apud Oleias).

Ao contrario do pensamento de Rolin (1989) que diz: "o indivíduo se libera à vontade do cansaço, repousando; do aborrecimento, divertindo-se; da especialização funcional, desenvolvendo de forma intencional as capacidades de seu corpo e espírito.” (Rolin, 1989, apud Oleias). Procurando entender dentro de uma perspectiva psicossocial, desconectado de uma problemática social”.

Baseando-se em outra lógica, proposta por Castelli (1990), Oleias (2003) diferencia os autores acima citados pelo viés que buscam questionamento feito por Castelli (1990): "Como engajar a população, sobretudo dos paises do terceiro mundo, nessas diferentes atividades? Tarefa nada fácil, pois mexe diretamente com as classes dominantes. Para que a massa trabalhadora tenha acesso ao lazer, é preciso dar-lhe condições, não só criando uma infra-estrutura adequada, mas também condições de vida melhores: empregos, salários condizentes, educação, saúde, habitação. Como podem os trabalhadores dos países subdesenvolvidos ter acesso ao lazer se ainda estão lutando pela sua sobrevivência?" e baseando-se neste questionamento Oleias (2003) concorda e conceitua lazer como sendo:

"O lazer, em sua forma ideal, seria um instrumento de promoção social, servindo para: auxiliar no rompimento da alienação do trabalho, apresentando-se politicamente como um mecanismo inovador aos trabalhadores na medida em que estabelece novas perspectivas de relacionamento social; promover a integração do ser humano livremente no seu contexto social, onde este meio serviria para o desenvolvimento de sua capacidade crítica, criativa e transformadora; e, proporcionar condições de bem-estar físico e mental do ser humano."

Lazer
O tempo livre (liberado do trabalho) é uma conquista moderna das classes sindicais, obtidas após diversas reivindicações em prol da melhoria de qualidade de vida da classe trabalhadora, a qual eram destinadas exaustivas e massacrantes cargas horárias de trabalho, conseqüências do advento da Revolução industrial, e engloba o lazer, que é a forma mais encontrada de ocupação desse tempo livre para ser utilizado de forma espontânea, crítica e reflexiva, abrangendo as mais diversas atividades de lazer em que haja o princípio da busca do prazer. (Malacrida, P, Machado, D pág.81 rev. Saber Acadêmico 2008).

“É o tempo livre de que dispomos fora das nossas atividades de trabalho, de outras ocupações domésticas e das atividades sociais, políticas e religiosas, que nos permite liberdade de escolha, para que possamos nos dedicar a atividade de nossa preferência”. (Camargo, Luiz O. Lima, 1992.)

Como podemos observar o lazer é o tempo que temos livre de nossos afazeres do cotidiano, tempo reservado para o convívio familiar, com amigos, colegas. Podemos ter o lazer em uma participação voluntária em casas de caridade, instituições de ensino, tudo isso só será considerado lazer se a pessoa for de livre espontânea vontade, pois a partir do momento que tiver a obrigação de ir, deixara de ser lazer.

Em uma revisão literária podemos definir o lazer de varias formas:
“Um conjunto de ocupação as quais o indivíduo pode entregar-se de livre espontânea vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se, e entreter-se ou ainda para desenvolver sua formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais” (Dumazedier J.1973, pág.34 apud Camargo, Luiz 1992 pág.01).

Para Malacrida, P, Machado, D, pág.88, (208) “A função do lazer é fazer oposição as rotinas da vida social, entre as quais são encontradas as ocupações profissionais, embora o trabalho possa ser classificado como lazer a partir do momento que proporcione satisfação e prazer ao seu praticante além de um desenvolvimento pessoal e social”.

Podemos classificar o lazer de varias formas e contextos. Seguindo o pensamento de (Camargo, L 1992)

Atividades físicas de Lazer.
Estão ligadas as atividades físicas de lazer o caminhar, andar, fazer exercícios físicos, andar de bicicleta, patins, skate, praticas consideradas de aventura tais como: escalada, pára-quedismo, montain-bike, entre outros.

Atividades manuais de lazer.
Tanto mulheres, quanto homens no ato de manipular agulhas de crochê, são considerados atividades de lazer manuais, pessoas que cuidam de hortas ou jardins desde que por livre espontânea entra no conceito de atividades manuais.

O simples fato de ir ao salão de cabeleireiro, à eventos esportivos, ou ir ao shopping, cinema entre outros lugares, são uma prática de lazer.

Se pensarmos na quantidade de elementos que podemos classificar como atividades de lazer, passaríamos horas e horas para discutir e relacionar os conteúdos com as atividades, o simples fato de ler um livro é considerado tempo de lazer, assistir a televisão, jogar videogame, cozinhar, estudar, tudo isso faz parte do contexto lazer, mas não podemos esquecer que o lazer é algo feito de livre espontânea vontade, sem cobrança, sem tempo estipulado para o término da atividade. Dormir é considerado lazer, desde o dormir seja livre sem que haja a necessidade vital do corpo.

A História do Lazer
“Para os gregos, o ócio não significava não fazer nada mais sim dedicar-se as idéias e ao espírito...”

Na Grécia antiga dava-se mais valor ao ócio do que ao trabalho, principalmente entre os atenienses, já que os espartanos eram guerreiros. O cotidiano do povo grego acontecia fundamentalmente nos ginásios esportivos, nas termas no fórum ou outros lugares de reunião.

Interessante notar que a palavra ócio, em grego, é skole; onde deriva a palavra escola em português, que em latim é schola , e em casteliano escuela. Quer dizer, os nomes dados aos lugares destinados a educação significavam ócio para os gregos. Assim eles consideravam ócio como algo a ser alcançado e desfrutado.

Para o filósofo Aristóteles o ócio era uma condição ou estado – o estado de estar livre da necessidade de trabalhar. Ele fala também da vida ociosa em contraposição à vida de ação, entendendo por ação, as atividades dirigidas para a obtenção de fins materiais, não considerava ócio a diversão ou o recreio, porque eram atividades diretamente relacionadas com descanso do trabalho; e a capacidade de viver devidamente o ócio era a base do homem livre e feliz.

Já o conceito de ócio dos romanos na Idade Média era que as pessoas muito ocupadas buscavam-no não como um fim, mas como descanso e diversão no intervalo de suas diversas atividades – exército, comércio, governo.

De acordo com estudiosos, a vida de ócio dos gregos só foi possível por causa da escravidão, pois na época havia duas classes de homens: os dedicados à arte, à contemplação ou à guerra; e os que eram obrigados a trabalhar, inclusive em condições precárias: os escravos.

Para os gregos, o ócio não significava não fazer nada, mas sim dedicar-se às idéias e ao espírito, na contemplação da verdade, do bem e da beleza, de forma não utilitária.

O conceito de lazer
Vários autores e o cidadão comum utilizam diferentes termos para se referir ao tempo livre:
Ócio (do latim otiu) = vagar, descanso, repouso, preguiça;
Ociosidade (do latim otiositate) = o vício de gastar tempo inutilmente, preguiça;
Descanso = repouso, sossego, folga, vagar, pausa, apoio, demora;
Lazer (do latim licere) = ócio, vagar.

Fazendo convergir as diversas expressões, podemos considerar a ausência de qualquer atividade concreta, ou seja, certa liberdade de não fazer coisa alguma. Surge de forma clara uma tentativa de definir certo tempo (fora das ocupações diárias) em contraponto com o outro tempo (o das ocupações diárias). Assim, o conceito “tempo livre” parece aquele que melhor corresponde à necessidade de “batizar” a parte do dia em que não estamos ocupados com atividades definidas.

O conceito mais aceito a respeito do lazer é o do sociólogo francês Joffre Dumazedier: “um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir- se, recrear-se e entreter-se ou, ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais”.