terça-feira, 1 de junho de 2010

LAZER

O CONCEITO DE LAZER E SEUS VÁRIOS ESTUDIOSOS

O Conceito de lazer que a principio parece fácil de explicar, mas percebemos que há divergência ate mesmo entre autores e populares.

INTRODUÇÃO
Filho (S.A.), em que diz "os gregos denominavam de ócio o tempo livre, atribuindo-lhe maior valor que a vida de trabalho, principalmente os atenienses”. Para os parâmetros atuais seriam e muitas vezes são tidos como preguiçosos o que é rapidamente derrubado na afirmação de Filho (s.a), a afirma que: "na Grécia clássica, o ideal de sabedoria que se cultivava tinha no ócio sua condição essencial. Havia uma grande significação e exaltação das atividades. Ociosas em contraposição às de trabalho, pelo menos para os atenienses, já que os espartanos eram guerreiros. A cultura agonista espartana pode ser considerada uma cultura laboral. O cotidiano deste povo acontecia fundamentalmente nos ginásios, nas termas, no fórum e em outros lugares de reunião. Havia o culto aos deuses que representava função permanente no tempo, pois se acreditava que a via para atingir a perfeição e a sabedoria passava pela contemplação dos deuses. Cronos é o deus do tempo, daí advindo às palavras cronômetro, cronometragem, cronograma, etc." E continua ressaltando que: "a etimologia da palavra ''ócio'' orienta-se do grego; ócio em grego é skole, em latim schola e em castelhano escuela." (Bacal,1988, apud Filho). Que contradição? Conclui o Filho (s.a),: "podemos ver que a educação significava ócio, pois do ponto de vista semântico, a raiz skole implicava nos atos de parar ou cessar, indicando idéias de repouso ou paz."

E conclui Filho (s.a): “vários autores e o cidadão comum utilizam diferentes termos para se referirem ao tempo livre, nomeadamente: ócio (do latim otiu)” =. vagar, descanso, repouso, preguiça; - ociosidade (do latim otiositate)- o vício de gastar tempo inutilmente, preguiça;- descanso = repouso, sossego, folga, vagar, pausa, apoio, demora"; O que nos remete segundo Wikipédia, a enciclopédia livre"a palavra lazer deriva do latim licere, ou seja, "ser lícito", "ser permitido".

Conceitos de Lazer
Um dos artigos bem mais elaborados foi o de Oleias (2003) que começa conceituado vários trabalhos sobre o tema da seguinte forma: "Os principais trabalhos e conceitos sobre o lazer no Brasil fundamentam-se nas acepções teóricas do sociólogo francês Dumazedier (1976)”.

Conceituando lazer como sendo: "o lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais.”(Dumazedier, 1976, apud Oleias).

Concepção esta que influenciou nas formulações teóricas no Brasil, apesar de ausentar a influencia exercida pelo Estado na prática do lazer e a perspectiva do aumento do tempo livre dos trabalhadores e o considera este conceito como insuficiência teórica no conceito lazer. A este pensamento, Oleias (2003) relaciona um outro pensamento como sendo: "um conjunto de atividades gratuitas, prazerosas, voluntárias e liberatórias, centradas em interesses culturais, físicos, manuais, intelectuais, artísticos e associativos, realizadas num tempo livre roubado ou conquistado historicamente sobre a jornada de trabalho profissional e doméstico e que interferem no desenvolvimento pessoal e social dos indivíduos". (Camargo, 1989, apud Oleias).

Que nada mais é que uma generalização, mas com um ponto importante que merece destaque, é quando:"afirma que o lazer é uma conquista vinculada à jornada de trabalho/tempo livre."
(Camargo, 1989, apud Oleias).

Ao contrario do pensamento de Rolin (1989) que diz: "o indivíduo se libera à vontade do cansaço, repousando; do aborrecimento, divertindo-se; da especialização funcional, desenvolvendo de forma intencional as capacidades de seu corpo e espírito.” (Rolin, 1989, apud Oleias). Procurando entender dentro de uma perspectiva psicossocial, desconectado de uma problemática social”.

Baseando-se em outra lógica, proposta por Castelli (1990), Oleias (2003) diferencia os autores acima citados pelo viés que buscam questionamento feito por Castelli (1990): "Como engajar a população, sobretudo dos paises do terceiro mundo, nessas diferentes atividades? Tarefa nada fácil, pois mexe diretamente com as classes dominantes. Para que a massa trabalhadora tenha acesso ao lazer, é preciso dar-lhe condições, não só criando uma infra-estrutura adequada, mas também condições de vida melhores: empregos, salários condizentes, educação, saúde, habitação. Como podem os trabalhadores dos países subdesenvolvidos ter acesso ao lazer se ainda estão lutando pela sua sobrevivência?" e baseando-se neste questionamento Oleias (2003) concorda e conceitua lazer como sendo:

"O lazer, em sua forma ideal, seria um instrumento de promoção social, servindo para: auxiliar no rompimento da alienação do trabalho, apresentando-se politicamente como um mecanismo inovador aos trabalhadores na medida em que estabelece novas perspectivas de relacionamento social; promover a integração do ser humano livremente no seu contexto social, onde este meio serviria para o desenvolvimento de sua capacidade crítica, criativa e transformadora; e, proporcionar condições de bem-estar físico e mental do ser humano."

Lazer
O tempo livre (liberado do trabalho) é uma conquista moderna das classes sindicais, obtidas após diversas reivindicações em prol da melhoria de qualidade de vida da classe trabalhadora, a qual eram destinadas exaustivas e massacrantes cargas horárias de trabalho, conseqüências do advento da Revolução industrial, e engloba o lazer, que é a forma mais encontrada de ocupação desse tempo livre para ser utilizado de forma espontânea, crítica e reflexiva, abrangendo as mais diversas atividades de lazer em que haja o princípio da busca do prazer. (Malacrida, P, Machado, D pág.81 rev. Saber Acadêmico 2008).

“É o tempo livre de que dispomos fora das nossas atividades de trabalho, de outras ocupações domésticas e das atividades sociais, políticas e religiosas, que nos permite liberdade de escolha, para que possamos nos dedicar a atividade de nossa preferência”. (Camargo, Luiz O. Lima, 1992.)

Como podemos observar o lazer é o tempo que temos livre de nossos afazeres do cotidiano, tempo reservado para o convívio familiar, com amigos, colegas. Podemos ter o lazer em uma participação voluntária em casas de caridade, instituições de ensino, tudo isso só será considerado lazer se a pessoa for de livre espontânea vontade, pois a partir do momento que tiver a obrigação de ir, deixara de ser lazer.

Em uma revisão literária podemos definir o lazer de varias formas:
“Um conjunto de ocupação as quais o indivíduo pode entregar-se de livre espontânea vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se, e entreter-se ou ainda para desenvolver sua formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais” (Dumazedier J.1973, pág.34 apud Camargo, Luiz 1992 pág.01).

Para Malacrida, P, Machado, D, pág.88, (208) “A função do lazer é fazer oposição as rotinas da vida social, entre as quais são encontradas as ocupações profissionais, embora o trabalho possa ser classificado como lazer a partir do momento que proporcione satisfação e prazer ao seu praticante além de um desenvolvimento pessoal e social”.

Podemos classificar o lazer de varias formas e contextos. Seguindo o pensamento de (Camargo, L 1992)

Atividades físicas de Lazer.
Estão ligadas as atividades físicas de lazer o caminhar, andar, fazer exercícios físicos, andar de bicicleta, patins, skate, praticas consideradas de aventura tais como: escalada, pára-quedismo, montain-bike, entre outros.

Atividades manuais de lazer.
Tanto mulheres, quanto homens no ato de manipular agulhas de crochê, são considerados atividades de lazer manuais, pessoas que cuidam de hortas ou jardins desde que por livre espontânea entra no conceito de atividades manuais.

O simples fato de ir ao salão de cabeleireiro, à eventos esportivos, ou ir ao shopping, cinema entre outros lugares, são uma prática de lazer.

Se pensarmos na quantidade de elementos que podemos classificar como atividades de lazer, passaríamos horas e horas para discutir e relacionar os conteúdos com as atividades, o simples fato de ler um livro é considerado tempo de lazer, assistir a televisão, jogar videogame, cozinhar, estudar, tudo isso faz parte do contexto lazer, mas não podemos esquecer que o lazer é algo feito de livre espontânea vontade, sem cobrança, sem tempo estipulado para o término da atividade. Dormir é considerado lazer, desde o dormir seja livre sem que haja a necessidade vital do corpo.

A História do Lazer
“Para os gregos, o ócio não significava não fazer nada mais sim dedicar-se as idéias e ao espírito...”

Na Grécia antiga dava-se mais valor ao ócio do que ao trabalho, principalmente entre os atenienses, já que os espartanos eram guerreiros. O cotidiano do povo grego acontecia fundamentalmente nos ginásios esportivos, nas termas no fórum ou outros lugares de reunião.

Interessante notar que a palavra ócio, em grego, é skole; onde deriva a palavra escola em português, que em latim é schola , e em casteliano escuela. Quer dizer, os nomes dados aos lugares destinados a educação significavam ócio para os gregos. Assim eles consideravam ócio como algo a ser alcançado e desfrutado.

Para o filósofo Aristóteles o ócio era uma condição ou estado – o estado de estar livre da necessidade de trabalhar. Ele fala também da vida ociosa em contraposição à vida de ação, entendendo por ação, as atividades dirigidas para a obtenção de fins materiais, não considerava ócio a diversão ou o recreio, porque eram atividades diretamente relacionadas com descanso do trabalho; e a capacidade de viver devidamente o ócio era a base do homem livre e feliz.

Já o conceito de ócio dos romanos na Idade Média era que as pessoas muito ocupadas buscavam-no não como um fim, mas como descanso e diversão no intervalo de suas diversas atividades – exército, comércio, governo.

De acordo com estudiosos, a vida de ócio dos gregos só foi possível por causa da escravidão, pois na época havia duas classes de homens: os dedicados à arte, à contemplação ou à guerra; e os que eram obrigados a trabalhar, inclusive em condições precárias: os escravos.

Para os gregos, o ócio não significava não fazer nada, mas sim dedicar-se às idéias e ao espírito, na contemplação da verdade, do bem e da beleza, de forma não utilitária.

O conceito de lazer
Vários autores e o cidadão comum utilizam diferentes termos para se referir ao tempo livre:
Ócio (do latim otiu) = vagar, descanso, repouso, preguiça;
Ociosidade (do latim otiositate) = o vício de gastar tempo inutilmente, preguiça;
Descanso = repouso, sossego, folga, vagar, pausa, apoio, demora;
Lazer (do latim licere) = ócio, vagar.

Fazendo convergir as diversas expressões, podemos considerar a ausência de qualquer atividade concreta, ou seja, certa liberdade de não fazer coisa alguma. Surge de forma clara uma tentativa de definir certo tempo (fora das ocupações diárias) em contraponto com o outro tempo (o das ocupações diárias). Assim, o conceito “tempo livre” parece aquele que melhor corresponde à necessidade de “batizar” a parte do dia em que não estamos ocupados com atividades definidas.

O conceito mais aceito a respeito do lazer é o do sociólogo francês Joffre Dumazedier: “um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir- se, recrear-se e entreter-se ou, ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais”.

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